domingo, 26 de junho de 2016

A MORTE E RESSURRIÇÃO DE CRISTO


A MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO



Texto áureo: Mateus: 27. 45-50



INTRODUÇÃO:

Todos os anos em muitos lugares do mundo comemora-se a festividade da páscoa, que tem como principal importância a morte e ressurreição de Cristo. Porém, é sabido que tanto as datas, como os dias celebrados não coincidem com o que está efetivamente escrito na Bíblia Sagrada. Por este motivo, faz-se necessário o estudo e a compreensão de um assunto tão importante como este. Assim, estudaremos nesta lição e na próxima, a ordem cronológica de todos os acontecimentos relacionados à Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

1      – ANALISANDO A PROFECIA

1.1 – Entendendo o rito pascoal

Para compreender com exatidão todo acontecimento a respeito da Morte e Ressurreição de Cristo é preciso analisar Êxodo: 12 e entender como era realizada a festada pascoa.

A) A pascoa era realizada no primeiro mês do ano, em abril (Êx: 12.2).

“Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.”

B) O cordeiro era preso por 4 dias (Êx: 12. 3,6).

“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia da congregação de Israel o matará à tardinha:”

C) A festa durava uma semana inteira (Êx: 12. 15,18).

“Por sete dias comereis pães asmos; logo ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas, porque qualquer que comer pão levedado, entre o primeiro e o sétimo dia, esse será cortado de Israel. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães asmos até vinte e um do mês à tarde.”

D) Havia duas convocações, dias 14 e 21 (Êx: 12. 16).

“E ao primeiro dia haverá uma santa convocação; também ao sétimo dia tereis uma santa convocação; neles não se fará trabalho algum, senão o que diz respeito ao que cada um houver de comer; somente isso poderá ser feito por vós.”

E) O cordeiro devia ser morto à tarde (Êx: 12. 5-6).

“O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras, e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia da congregação de Israel o matará à tardinha:”

1.2      – Fazendo as comparações

Depois de entendermos o ritual da pascoa faremos algumas comparações.

A) Jesus morreu na semana de festividade pascoal, ou seja, no mês de Abibe, correspondendo ao período entre março e abril, sendo mais aproximado do mês de Abril (Mc: 15. 6-15; Mt: 27. 17; Lc: 23. 17-21; Jo: 18: 39-40).

“Ora, por ocasião da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem. E havia um, chamado Barrabás, preso com outros sediciosos, os quais num motim haviam cometido um homicídio. E a multidão subiu e começou a pedir o que lhe costumava fazer. Ao que Pilatos lhes perguntou: Quereis que vos solte o rei dos judeus? Pois ele sabia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado. Mas os principais sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes a Barrabás. E Pilatos, tornando a falar, perguntou-lhes: Que farei então daquele a quem chamais reis dos judeus? Novamente clamaram eles: Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Mas que mal fez ele? Ao que eles clamaram ainda mais: Crucifica-o! Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás; e tendo mandado açoitar a Jesus, o entregou para ser crucificado.”

B) Jesus passou pelos estágios dos 4 dias como prisioneiro, sendo levado a Caifás (Mt: 26. 57; Mc: 14. 53; Lc: 22. 54, 66). Depois Jesus foi levado à audiência com Pilatos (Jo: 18. 28-29; Lc: 23. 1; Mc: 15. 1-2; Mt: 27. 11). Em seguida a Herodes (Lc: 23. 7-8). Voltando para audiência junto a Pilatos (Lc: 23. 11).

“Aqueles que prenderam a Jesus levaram-no à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. Então Pilatos saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? e, quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém. Ora, quando Herodes viu a Jesus, alegrou-se muito; pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; e esperava ver algum sinal feito por ele; Herodes, porém, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o com uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos.”

C) No primeiro dia da festa dos pães asmos (dia 14), Jesus reuniu-se com os seus discípulos (Mt: 26. 17; Lc: 22. 7-8). E convocou-os após a ressurreição (dia 21) (Mt: 28. 10; Mc: 16. 14).

“Ora, chegou o dia dos pães asmos, em que se devia imolar a páscoa; e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos”.

“Então lhes disse Jesus: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão. Por último, então, apareceu aos onze, estando eles reclinados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido.”

D) Na mesma semelhança do cordeiro pascoal, Jesus morreu à tarde (Mt: 27. 45-50).

“E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias. E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito”.

2 – REFAZENDO A CONTAGEM

2.1 – Aprendendo a contagem Bíblica

É fundamental aprender a contagem do tempo segundo os critérios bíblicos e da época em questão. Assim, segundo a Bíblia o dia começa com o pôr-do-sol, e termina no pôr-do-sol do dia seguinte (Lv: 23. 32b). Por isso, em Gênesis: 1. 5, 8, 13, 19, 23,31 mostram os dias sendo contados a partir da tarde, pois primeiro havia trevas, depois apareceu a luz.

2.2 – A contagem ocidental e a realizada no Oriente Médio

 Outro aspecto a ser analisado é a contagem de horas realizada no Ocidente e no Oriente Médio. No lado ocidental do mundo os dias começam à meia-noite e terminam à meia-noite, uma simbologia macabra que não cabe sua explicação nesse momento. Porém, no antigo Oriente Médio, onde a Bíblia foi escrita seguia-se uma contagem diferente da que conhecemos hoje. Os meses seguiam orientação lunar (Números: 28. 14), enquanto as horas do dia se davam pela orientação solar (Sl: 104. 19). Uma aula para os cientistas que só descobriram a importância disso no Século XV e deram nomes aos vários movimentos realizados pela terra. A cultura ocidental ensina aos seus alunos apenas dois movimentos, o de rotação e o de translação, ambos associados ao sol. Qual será o motivo?

2.3 – Como era a contagem de horas nos dias da morte de Cristo?

Naquele tempo contava-se a passagem das horas a partir do pôr-do-sol, que determinava os horários da noite, o nascer-do-sol determinava os horários do dia. Assim, de forma simples, quando o sol nascia esperava-se 60 minutos e com isso, estabelecia-se a 1ª hora do dia a partir de então esta seria a referencia para as horas posteriores. Para entender melhor observe o gráfico abaixo:

ORIENTE MÉDIO
OCIDENTE
1ª HORA DO DIA
7 HORAS DA MANHÃ
2ª HORA DO DIA
8 HORAS DA MANHÃ
3ª HORA DO DIA
9 HORAS DA MANHÃ
4ª HORA DO DIA
10 HORAS DA MANHÃ
5ª HORA DO DIA
11 HORAS DA MANHÃ
6ª HORA DO DIA
12 HORAS – MEIO-DIA
7ª HORA DO DIA
1 HORA DA TARDE
8ª HORA DO DIA
2 HORAS DA TARDE
9ª HORA DO DIA
3 HORAS DA TARDE



3 – O DIA DA MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO

3. 1 – Conhecendo a referencia bíblica

O referencial para entendermos qual foi o dia da morte e ressurreição de Cristo está em Mateus: 12. 40: “pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra”. Observe que Jesus utilizou o acontecimento do profeta Jonas, comparando aos dias em que ele estaria sepultado – três dias e três noites – Jesus não foi sepultado à noite por isso, diz três dias e três noites o que equivale a 72 horas. 

3.2 – O Dia da Morte de Cristo

Segundo a previsão Bíblica o Messias morreria na metade da semana: “E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação;” (Daniel: 9. 27a). Observe que entre os dias semanais quarta-feira é a metade da semana:



DOMINGO
SEGUNDA
TERÇA
QUARTA
QUINTA
SEXTA
SÁBADO



3.3 – O Dia da Ressurreição de Cristo

Analisando os últimos momentos da crucificação são cruciais para entendermos o dia da ressurreição. Sabendo que Jesus morreu por volta da 9ª hora, ou seja, às 3 horas da tarde. Foi sepultado ao entardecer do mesmo dia: “Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também era discípulo de Jesus. Esse foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue. E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho, e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se” (Mt: 27. 57-60). Agora podemos abrir a contagem. Veja abaixo:



Quarta-feira
3hs da tarde
Completando 24 h >>>>>>
Quinta-feira
3hs da tarde
Quinta-feira
3hs da tarde
Completando 24 h >>>>>>
Sexta-feira
3hs da tarde
Sexta-feira
3hs da tarde
Completando 24 h >>>>>>
Sábado

3hs da tarde

TOTAL
72 HORAS
=Três dias e
Três noites



Porém, Jesus não foi sepultado às 3 horas da tarde, mas na tardinha do mesmo dia da crucificação. Por isso, ressuscitou ao entardecer do sábado, um pouco antes do pôr-do-sol: “No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela. o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve. E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos. Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia;” (Mt: 28. 1-6).

CONCLUSÃO
Portanto, Jesus ressuscitou no sábado. Tendo sido visto apenas no primeiro dia da semana, pois as mulheres que foram ao sepulcro aguardaram a passagem do sábado: “Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento” (Lc: 23. 56).
Concluímos que dia 14 (Sábado), Jesus reuniu-se om os seus discípulos, na noite do dia 15 (Domingo) foi preso no Getsêmani, na manhã do dia 15 Jesus foi levado à audiência com o Sumo Sacerdote Caifás; dia 16 (Segunda) ao amanhecer foi levado à audiência com o Governador Poncio Pilatos, e permaneceu ali, isto é, entre os dias 16 (segunda) e 17 (terça), pois o mesmo foi apresentado a Herodes. Uma nova audiência foi instaurada entre Pilatos e os sumos sacerdotes, na qual os sumos sacerdotes entregam Jesus aos cuidados dos romanos sob responsabilidade de Pilatos, que no dia seguinte 18 (Quarta) Jesus foi conduzido para escolha pública entre Jesus e Barrabás. Tendo o povo escolhido Barrabás, levaram Jesus para dentro do palácio onde o preparam para a crucificação. Foi crucificado por volta do meio-dia do dia 18 (quarta), morreu por volta das 3 horas da tarde (18), sepultado no final da tarde e ressuscitou 72 horas depois, ou seja, no dia 21 (sábado) no final da tarde. Assim, cumpriu-se a profecia de Daniel: 9. 27.

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