domingo, 26 de junho de 2016

A SANTA CEIA E O FIM DO RITO PASCOAL


RELEMBRANDO A MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO,

A SANTA CEIA E O FIM DO RITO PASCOAL



 I CORÍNTIOS: 11. 23-26



INTRODUÇÃO

Como deve ser o pão e o vinho da Santa Ceia que representa o Corpo e o Sangue Santo de Nosso Senhor Jesus, com fermento ou sem fermento (asmo)?

Veremos também que, conforme o Evangelho de São João, capítulo 13, versículos 1 a 20, o Senhor Jesus Cristo, terminada a ceia, levantou-se e lavou os pés aos discípulos determinando que assim também fizessem uns aos outros.

4    – O PÃO DA SANTA CEIA

4.1 – Que o tipo de pão que os judeus comiam nas Ceias pascais. 

As Festas da Páscoa e a dos Pães Asmos, como o próprio nome já diz, era proibido o uso do fermento. Qualquer substância semelhante à levedura, capaz de produzir fermentação em massa de pão ou líquido e qualquer coisa fermentada tinha que ser removida dos lares dos israelitas, fora do alcance dos seus olhos (Êx 12.18-20; 13.6,7). Portanto, fica bem claro, que a Ceia pascal dos judeus, era servida com pães asmos.

4.2          - Que tipo de pão Jesus instituiu como Símbolo de Seu Corpo. Diz a Bíblia, que enquanto comiam o cordeiro pascal, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e deu aos discípulos dizendo: «Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim» (Luc 22.19). O pão que Jesus instituiu como o símbolo de Seu Corpo, era um dos «pães asmos» que fazia parte da Ceia pascal. Jesus usou este tipo de pão (asmo) para instituir a Sua Ceia, não porque não houvesse disponível na ocasião, outro tipo de pão, mas, é porque Seu Corpo Santo, somente seria bem representado, por um «pão asmo». Outrossim, de mostrar que a Santa Ceia, ou a Páscoa Cristã, é a continuação da Páscoa judaica, porém, é claro, com um caráter muito mais relevante (Col 2.16,17; Heb 10.1).

4.3    – Por que será que o Novo Testamento não há uma ordem expressa sobre o  pão asmo?

Alguém já escreveu dizendo que «nós não celebramos a Ceia do Senhor com pão asmo é porque não há nenhuma ordem expressa para pão asmo no Novo Testamento».

Primeiro: É preciso considerar que, os primeiros cristãos, eram pessoas (os apóstolos, etc.) que recentemente haviam saídas do judaísmo (judeu-cristãos), e, com isso estavam habituadas com o preparo dos elementos da Páscoa, no qual incluía o preparo dos «pães asmos» (Luc 22.8-13). Pois, isso era uma tarefa a qual faziam todos os anos. Este é o primeiro fato, que dispensou os escritores do N.T. de escrever sobre o tipo de pão que deveria ser comido na Ceia do Senhor Jesus. Tendo em vista que o mesmo tipo que era comido na Ceia da Páscoa, deveria ser comido na Santa Ceia. Então, é obvio que não precisavam falar sobre isso.

Segundo: Os novos cristãos, que recentemente haviam deixado o judaísmo, tinham em mente, o que significava para eles o «fermento», e, que seu uso na Páscoa e na Festa dos Pães Asmos era extremamente proibido por Yahweh, sob pena de punição (Êx 12.20; 13.6,7). Por isso, permitir a mudança de «pão sem fermento» para «pão com fermento», mesmo em se tratando da Páscoa da Nova Aliança, era algo que eles não fariam de maneira alguma e também não aceitariam tal coisa (1 Cor 5.7). Além disso, seria um ato de afronta para com a Palavra do Senhor Yahweh; sendo assim, acabariam prontamente rejeitando a Ceia do Senhor Jesus, «por causa do fermento».

Terceiro: O que pão da Páscoa realmente ganhou, na ocasião da instituição da Ceia do Senhor Jesus, foi uma «nova significação»; «Isto é o meu corpo...», enquanto, que a substância do pão deveria (e deve) permanecer a mesma para a Santa Ceia. Portanto, caso houvesse qualquer mudança neste sentido, é óbvio que tanto Jesus com os escritores do N.T., falariam a respeito. Agora, é válido em dizer, que há na verdade sólidas evidências sobre o «pão sem fermento» no N.T. Porém, tal resultado, como estamos vendo, tem como base a Páscoa judaica e não objeções sem fundamentos. Pois, como vamos entender o Novo Testamento se desprezarmos o Antigo Testamento? A «refeição comum» (ou «Ceia ágape») era realizada com pão asmo (Atos 2.42).

5    – O LAVA-PÉS E SUA BEM-AVENTURANÇA

5.1 – A ordem do Senhor. Ao contrário do que alguém poderia entender, o ato do lava-pés é uma ordem do Senhor, e não um simples exemplo de humildade.

Primeiramente temos que levar em conta que o Senhor Jesus Cristo e os discípulos estavam comemorando a páscoa; porém naquele mesmo ato o Senhor Jesus estava instituindo a Ceia. E isto em casa de estranhos, porque o Senhor mandou a dois dos discípulos que fossem até determinado lugar e pedissem que o dono da casa lhes mostrasse onde Ele deveria comemorar a páscoa com os demais, e foi-lhes mostrado um grande cenáculo mobiliado.

Se o ato de lavar os pés era uma tradição, um costume da época que teria sido observado pelo Senhor Jesus, então quem deveria lavar os pés dos outros seria o dono da casa, pois estava recebendo visitantes, e não o Senhor Jesus lavar os pés de seus discípulos.

5.2    – Jesus deu o exemplo. Em segundo lugar vemos que só o Senhor lavou os pés dos discípulos, e estes não lavaram os pés dele, e podemos ver que todos haviam caminhado a mesma jornada porque todos estavam juntos, à exceção dos dois discípulos que foram na frente preparar a páscoa. Então, se todos estavam caminhando juntos não haveria necessidade do Senhor lavar os pés de ninguém, mesmo porque, além de não estarem na casa de nenhum deles, todos estavam na mesma condição e tinham feito à mesma jornada.

6    – A IMPORTÂNCIA DO LAVA-PÉS

6.1 – A benção da Vida Eterna. Note a profundidade e importância do lava-pés. Se você compreende e não participa deste ato corre o risco de perder a vida eterna, porque se recusa a ser humilde como o Senhor Jesus, pois não permitiu que o Senhor (representado pelos nossos irmãos) lavasse os seus pés, como ensinou o Senhor Jesus: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo” (João 13:8).

Veja ainda a grandiosa revelação que o Senhor nos fez a respeito do lava-pés, porque quando Pedro disse que “não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”, o Senhor disse que: “Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo”.

E acrescentou: “Ora, vós estais limpos, mas não todos. Porque bem sabia Ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos”. (João 13: 9 a 11). Note que quem é lavado é que é abençoado. Observe a grandiosidade: quem está lavando os pés do irmão está representando a pessoa de Cristo, pois Ele habita em nós.

6.2          – A limpeza Espiritual. Vemos também que o Senhor Jesus não estava se referindo à limpeza do corpo, mas à limpeza espiritual, à obediência ao seu mandamento. Por isso nós devemos participar do lava-pés instituído pelo Senhor, após a ceia, para que possamos ter a bem-aventurança que Ele prometeu a todos que assim fizessem: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (João 13:17).

A ordenança é tão profunda que o Senhor Jesus, através do apóstolo Paulo, proíbe que a Igreja ajude até às viúvas que “não tenham lavado os pés dos santos” (I Timóteo 5: 10).

Em suma, a palavra do Senhor é muito clara.

6.3    – Instituído por Cristo (João 13:13-14)

Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Assim sendo, participe você também do lava-pés instituído pelo Senhor Jesus, porque por ele se pode confirmar a salvação, tendo parte com o Senhor Jesus, ou até mesmo levar à condenação daquele que não pratica, conforme anteriormente mostrado. Que a graça e a misericórdia do Senhor estejam todos os dias em sua vida e na de sua família, amém.


Nenhum comentário:

Postar um comentário