RELEMBRANDO
A MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO,
A SANTA CEIA
E O FIM DO RITO PASCOAL
I CORÍNTIOS: 11. 23-26
INTRODUÇÃO
Como deve ser o pão e o vinho da Santa Ceia
que representa o Corpo e o Sangue Santo de Nosso Senhor Jesus, com fermento ou
sem fermento (asmo)?
Veremos também que, conforme o Evangelho de
São João, capítulo 13, versículos 1 a 20, o Senhor Jesus Cristo, terminada a
ceia, levantou-se e lavou os pés aos discípulos determinando que assim também
fizessem uns aos outros.
4 – O PÃO
DA SANTA CEIA
4.1
– Que o tipo de pão que os judeus comiam nas Ceias pascais.
As Festas da Páscoa e a dos Pães Asmos,
como o próprio nome já diz, era proibido o uso do fermento. Qualquer substância
semelhante à levedura, capaz de produzir fermentação em massa de pão ou líquido
e qualquer coisa fermentada tinha que ser removida dos lares dos israelitas,
fora do alcance dos seus olhos (Êx 12.18-20; 13.6,7). Portanto, fica bem claro,
que a Ceia pascal dos judeus, era servida com pães asmos.
4.2 -
Que tipo de pão Jesus instituiu como Símbolo de Seu Corpo. Diz a
Bíblia, que enquanto comiam o cordeiro pascal, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o
e deu aos discípulos dizendo: «Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei
isso em memória de mim» (Luc 22.19). O pão que Jesus instituiu como o símbolo
de Seu Corpo, era um dos «pães asmos» que fazia parte da Ceia pascal. Jesus
usou este tipo de pão (asmo) para instituir a Sua Ceia, não porque não houvesse
disponível na ocasião, outro tipo de pão, mas, é porque Seu Corpo Santo,
somente seria bem representado, por um «pão asmo». Outrossim, de mostrar que a
Santa Ceia, ou a Páscoa Cristã, é a continuação da Páscoa judaica, porém, é
claro, com um caráter muito mais relevante (Col 2.16,17; Heb 10.1).
4.3 – Por
que será que o Novo Testamento não há uma ordem expressa sobre o pão asmo?
Alguém já
escreveu dizendo que «nós não celebramos a Ceia do Senhor com pão asmo é porque
não há nenhuma ordem expressa para pão asmo no Novo Testamento».
Primeiro: É preciso
considerar que, os primeiros cristãos, eram pessoas (os apóstolos, etc.) que
recentemente haviam saídas do judaísmo (judeu-cristãos), e, com isso estavam
habituadas com o preparo dos elementos da Páscoa, no qual incluía o preparo dos
«pães asmos» (Luc 22.8-13). Pois, isso era uma tarefa a qual faziam todos os
anos. Este é o primeiro fato, que dispensou os escritores do N.T. de escrever
sobre o tipo de pão que deveria ser comido na Ceia do Senhor Jesus. Tendo em
vista que o mesmo tipo que era comido na Ceia da Páscoa, deveria ser comido na
Santa Ceia. Então, é obvio que não precisavam falar sobre isso.
Segundo: Os novos
cristãos, que recentemente haviam deixado o judaísmo, tinham em mente, o que
significava para eles o «fermento», e, que seu uso na Páscoa e na Festa dos
Pães Asmos era extremamente proibido por Yahweh, sob pena de punição (Êx 12.20;
13.6,7). Por isso, permitir a mudança de «pão sem fermento» para «pão com
fermento», mesmo em se tratando da Páscoa da Nova Aliança, era algo que eles
não fariam de maneira alguma e também não aceitariam tal coisa (1 Cor 5.7).
Além disso, seria um ato de afronta para com a Palavra do Senhor Yahweh; sendo
assim, acabariam prontamente rejeitando a Ceia do Senhor Jesus, «por causa do
fermento».
Terceiro: O que pão
da Páscoa realmente ganhou, na ocasião da instituição da Ceia do Senhor Jesus,
foi uma «nova significação»; «Isto é o meu corpo...», enquanto, que a
substância do pão deveria (e deve) permanecer a mesma para a Santa Ceia.
Portanto, caso houvesse qualquer mudança neste sentido, é óbvio que tanto Jesus
com os escritores do N.T., falariam a respeito. Agora, é válido em dizer, que
há na verdade sólidas evidências sobre o «pão sem fermento» no N.T. Porém, tal
resultado, como estamos vendo, tem como base a Páscoa judaica e não objeções
sem fundamentos. Pois, como vamos entender o Novo Testamento se desprezarmos o
Antigo Testamento? A «refeição comum» (ou «Ceia ágape») era realizada com pão
asmo (Atos 2.42).
5 – O
LAVA-PÉS E SUA BEM-AVENTURANÇA
5.1
– A ordem do Senhor. Ao contrário do que alguém poderia entender, o ato
do lava-pés é uma ordem do Senhor, e não um simples exemplo de humildade.
Primeiramente temos que levar em conta que
o Senhor Jesus Cristo e os discípulos estavam comemorando a páscoa; porém
naquele mesmo ato o Senhor Jesus estava instituindo a Ceia. E isto em casa de
estranhos, porque o Senhor mandou a dois dos discípulos que fossem até
determinado lugar e pedissem que o dono da casa lhes mostrasse onde Ele deveria
comemorar a páscoa com os demais, e foi-lhes mostrado um grande cenáculo
mobiliado.
Se o ato de lavar os pés era uma tradição,
um costume da época que teria sido observado pelo Senhor Jesus, então quem
deveria lavar os pés dos outros seria o dono da casa, pois estava recebendo
visitantes, e não o Senhor Jesus lavar os pés de seus discípulos.
5.2 – Jesus
deu o exemplo. Em segundo lugar vemos que só o Senhor lavou os
pés dos discípulos, e estes não lavaram os pés dele, e podemos ver que todos
haviam caminhado a mesma jornada porque todos estavam juntos, à exceção dos
dois discípulos que foram na frente preparar a páscoa. Então, se todos estavam
caminhando juntos não haveria necessidade do Senhor lavar os pés de ninguém,
mesmo porque, além de não estarem na casa de nenhum deles, todos estavam na mesma
condição e tinham feito à mesma jornada.
6 – A
IMPORTÂNCIA DO LAVA-PÉS
6.1
– A benção da Vida Eterna. Note a profundidade e importância do lava-pés. Se
você compreende e não participa deste ato corre o risco de perder a vida
eterna, porque se recusa a ser humilde como o Senhor Jesus, pois não permitiu
que o Senhor (representado pelos nossos irmãos) lavasse os seus pés, como
ensinou o Senhor Jesus: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo” (João
13:8).
Veja ainda a grandiosa revelação que o
Senhor nos fez a respeito do lava-pés, porque quando Pedro disse que “não só os
meus pés, mas também as mãos e a cabeça”, o Senhor disse que: “Aquele que está
lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo”.
E acrescentou: “Ora, vós estais limpos, mas
não todos. Porque bem sabia Ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem
todos estais limpos”. (João 13: 9 a 11). Note que quem é lavado é que é
abençoado. Observe a grandiosidade: quem está lavando os pés do irmão está
representando a pessoa de Cristo, pois Ele habita em nós.
6.2 – A limpeza Espiritual. Vemos
também que o Senhor Jesus não estava se referindo à limpeza do corpo, mas à
limpeza espiritual, à obediência ao seu mandamento. Por isso nós devemos
participar do lava-pés instituído pelo Senhor, após a ceia, para que possamos
ter a bem-aventurança que Ele prometeu a todos que assim fizessem: “Se sabeis
estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (João 13:17).
A ordenança é tão profunda que o Senhor
Jesus, através do apóstolo Paulo, proíbe que a Igreja ajude até às viúvas que
“não tenham lavado os pés dos santos” (I Timóteo 5: 10).
Em suma, a palavra do Senhor é muito clara.
6.3 –
Instituído por Cristo (João 13:13-14)
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis
bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis
também lavar os pés uns aos outros. Assim sendo, participe você também do
lava-pés instituído pelo Senhor Jesus, porque por ele se pode confirmar a
salvação, tendo parte com o Senhor Jesus, ou até mesmo levar à condenação
daquele que não pratica, conforme anteriormente mostrado. Que a graça e a
misericórdia do Senhor estejam todos os dias em sua vida e na de sua família,
amém.
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